domingo, 17 de junho de 2007

Sócrates, Lino, Van Zeller & cia.

A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), pela mão do seu presidente Francisco Van Zeller, acertou numa reunião com o primeiro-ministro José Sócrates e o ministro das Obras Públicas Mário Lino, um estudo sobre alternativas à Ota para a construção do aeroporto de Lisboa. Um estudo que previa inicialmente que fosse tripartido entre a CIP, a Associação Comercial do Porto (ACP) e outra confederação (cujo nome não foi divulgado, mas provavelmente saber-se-à dentro de dias), mas que durante a reunião entre Sócrates, Lino e Van Zeller acabou por se chegar à "conveniente" conclusão que fosse apenas a CIP a ficar encarregue da promoção do estudo. Mas muito antes desta reunião, Van Zeller, cujos interesses num novo aeroporto são mais que muitos e talvez um pouco à revelia do primeiro-ministro, já tinha contactado Rui Moreira da ACP e convidado a mesma para parceira financiadora do estudo, conjuntamente com a outra confederação. Inclusivamente já tinha sido feita uma apresentação de um estudo prévio sobre alternativas para o aeroporto, no Palácio da Bolsa no Porto com a presença de vários empresários convidados da ACP. Nesse estudo preliminar apresentado pela ACP, a opção mais defendida seria "Portela+1", mas que não colheu muita "simpatia" ou muitos "admiradores". Mas o estudo tinha ainda a opção "Margem Sul", que é para aqui que Van Zeller tem os "canhões" apontados, e Sócrates também (depois do Presidente Cavaco o ter travado na "sua" Ota), tal é a sede de deixar "marca" ou perpetuar neste País uma obra que tem tanto de envergadura como de atraso, pois já Marcelo Caetano em 1969, tinha criado um gabinete para o estudo de um novo aeroporto para Lisboa... Tanto estudo encomendado, tanta indefenição, tanta mesquinhez! Só revela a pequenez deste Portugal em geral, destes governantes e destes "senhores" influentes que são os empresários.

5 comentários:

G disse...

Cada vez me desilude mais, este país!
Parece que nenhum governo consegue andar sem lobbies, nem favores.
Eu até percebo que existam muitos interesses para uma e outra opção, mas não deveria o interesse do país estar acima de todos?!
Pelo menos uma vez...

Abraço!

Anónimo disse...

Diz-se que os combustíveis fósseis vão durar apenas mais 45 anos. será que a aviação, tal como a conhecemos, vai desaparecer? É que se for para voltarmos a andar de balão de ar quente, não precisamos de aeroportos (Eh! Eh! Eh!).

Watchdog disse...

Pita, é uma possibilidade! Já imaginaste todo este "empenho" por um novo aeroporto, e daqui a 45 anos não valer de nada! Simplesmente obsoleto... Fizeste-me rir com essa do balão de ar quente!

Fliscorno disse...

A história da CIP e dos empresários que pagaram o estudo e cujos nome nunca saberemos está mesmo embrulhada...

O que eu acho é: o PS (sorry, o governo), quer construir o aeroporto, seja lá onde for, independentemente de precisarmos ou não dele. Uma obra pública destas vai pagar muita campanha, está mais que visto. Por isso escolheu a Ota por ter sido a escolha que o PSD já fizera, colocando assim o PSD numa encruzilhada caso discordasse da opção que já fizera. O que veio de facto a acontecer, pois o aeroporto tem que ser construído mas desde que se esteja no governo! Agora acontece que o Cavaco resolveu meter-se ao barulho, especialmente por estar a levar com o cognome de seguidista do PS. Começou a fazer-se esquisito. Além disso, a Ota seria uma chatice para o Costa na CML. E de repente apareceu outra opção. Numa nova jogada de génio, o Socas adiou a Ota e criou uma alternativa que cala o BES e o Belmiro e, novamente, que entala o PSD. É que se os ecologistas chumbarem Alcochete, o PSD fica sem margem para manobras e avança a Ota. O PS bate palmas e acabará por iniciar a obra no seu mandato e receber o cheque.

Watchdog disse...

Raposa Velha, bem-vindo! Chegou-me agora "ao ouvido", que o governo já admite estudar a possibilidade "Portela+1"... Há coisas fantásticas, não há? 1 Abraço!