sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Para mais tarde recordar

“Entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade vergonhosa”.
Victor Hugo

É Hoje!

(Mais informações aqui: http://notasdokaos.blogspot.com/ )

2º Jantar Blogosférico

Blog´s presentes:

As Vicentinas de Braganza

Cantigueiro

Ferrão.org

Ferroadas

Fliscorno

Marginal Zambi

Mariazinha

O Informador

O Marreta

O Pafuncio

Professores Sem Quadro

The Watchdog

WeHaveKaosInTheGarden

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

É lindo não é?... Reflecte o estado de alma de alguns!...

"Escorrego na lama
do meu passado
do meu
passado-presente
mas não fico na lama,
desnorteado
vou ao fundo da lama,
do outro lado
do outro lado
da mente
do outro lado
da gente
do lado da gente
do outro lado
do lado
da gente
que vive de frente
da gente
que vive
o futuro-presente."
IN "Margem de Certa maneira", 1973

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Os Tentáculos do Polvo e o Colapso da Justiça

Numa altura que a PJ tudo o que mais precisava era que lhe devolvessem com urgência a credibilidade, pois nos últimos tempos a existência desta instituição tem sido de agonia e de convulsão, eis que o "iluminado" Alberto Costa, ministro da Justiça, escolheu Almeida Pereira para director da PJ do Porto. Almeida Pereira está a ser investigado pelo PGR por denúncia que o indicam como uma pessoa próxima do FC do Porto. Esta denúncia refere ainda que Almeida Pereira terá favorecido Pinto da Costa logo após o desencadeamento do "Apito Dourado". A escolha do novo director da PJ do Porto será um xeque-mate ao próprio PGR, um rude golpe para Maria José Morgado e deverá ter consequências negativas nas investigações do processo.
Isto para mim apenas significa que o Governo quer continuar a restringir as competências da PJ. Limitar a instituição à investigação e controle de crimes praticados pela "arraia-miúda", como por exemplo: tráfico de droga, pequenas burlas, etc...
Para situações mais complexas, como crimes de colarinho branco, tráfico de influências ou "máfias sicilianas" a norte do país, será o Governo a ter o poder absoluto sobre as mesmas. Serão este tipo de reformas na Justiça que o ministro Alberto Costa quer e que apregoou há uns dias atrás?...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Top Secret

De boas intenções está o inferno cheio

Li o documento da SEDES e achei o seu conteúdo sem originalidade. Estes senhores da SEDES não vêm acrescentar nada de novo, nada que nós não saibamos e muitos de nós não o sinta na pele, no que respeita a crise. Reparando nos nomes que subscrevem o documento, ponho até em causa a autenticidade e a genuinidade das suas preocupações. Talvez esteja a ser injusto, talvez não... Mas digo mais, isto não passa apenas de manobras de lobbying. Este alerta melodramático da SEDES, faz-me recordar algo que escrevi há uns tempos sobre uns "tipos engraçados" que se autodenominam de revolucionários, os senhores do Compromisso Portugal. Mas voltando à SEDES e concretamente a uma personalidade que subscreve o documento: Paulo Sande. Nada mais, nada menos que o director do Gabinete em Portugal do Parlamento Europeu... um "amiguinho" do "nosso querido" Durão Barroso. Portanto, acho que pelo menos eu estou esclarecido no que respeita às "boas intenções" da SEDES...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Dedico este post inteiramente ao PSD (recortes de jornal)

"Mudança de símbolo do PSD também foi paga pela Somague"

"A construtora não pagou apenas despesas da campanha autárquica. O desenho do novo logótipo do partido estava incluído nas contas saldadas". (título e subtítulo do Público)

"PSD, Somague e uma absoluta falta de valores".

"Portucale, Casino Lisboa e, agora, o desfecho de mais um caso. O discurso é nórdico mas as práticas são italianas". (Paulo Ferreira, Editorial do Público)

"... o PSD revelou-se em toda a sua esplendorosa miséria". (antetítulo de um artigo de Constança Cunha e Sá, no Público)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Chove torrencialmente

Olhando para os destaques de alguns jornais da nossa praça, nesta 2ªfeira cinzenta e chuvosa, é caso para dizer: Chove torrencialmente, mas não por força da natureza...

Alerta: Com toda esta intempérie, é mais seguro ficar em casa!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Para o meu filho Carlos (que hoje faz 10 anos)...

Poema enjoadinho

Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinícius de Moraes

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Amanhã há mais...

Porque as nossas vidas apenas nos permitem que seja simplesmente assim (e ontem era dia de Benfica), só hoje é que vou comemorar o Dia dos Namorados... Não é que ligue muito a este tipo de datas... a estas coisas ligadas à arte do consumo. Mas antes de sair de casa ao seu encontro, apeteceu-me escrever um post... pensei na informação veiculada pelos mais diversos meios que disponho, e logo o que me assaltou a mente, foi escrever sobre as vigarices traduzidas em prejuízos transferidos para uma off-shore, do Jardim Gonçalves, do Teixeira Pinto & canalha associada... não estive com paciência! Vou namorar, não quero ir de cabeça suja!
E como estou realmente comovido porque é Ela que vai pagar o jantar e o resto... resta-me desejar-vos um bom-fim-de-semana!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Destilai, destilai...

Tem sido com um certo gozo mas já a roçar a intolerância que tenho assistido ao destilar de ódio entre José Miguel Júdice e José Sá Fernandes nos seus artigos para o jornal Público. A polémica estalou porque Sá Fernandes numa entrevista qualquer, se referiu à irrisória renda de 500€ que Júdice paga pelo restaurante Eleven (um dos mais caros da capital) num sítio previlegiado da cidade. Júdice não perdeu tempo, num artigo para o Público sob o título "Caluniai, caluniai..." atacou Sá Fernandes e outros que agora não interessam para o caso... A seguir foi o Zé faz falta, Até que ponto?, a responder num artigo do jornal. Desde então estes dois Zés têm aproveitado o espaço que o Público lhes reserva, (e que lhes deve pagar razoavelmente bem para escreverem algo de jeito), para se (co)responderem. Lavam a roupa encardida nas barbas do jornal... até quando?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A justiça portuguesa em todo o seu esplendor

Li a notícia de que João Serpa, sindicalista, foi condenado a 75 dias de prisão por se ter manisfestado em 2005 junto da construtora Pereira da Costa devido a salários em atraso. Os contornos da sua condenação deixam-me indignado e revoltado: João Serpa apenas foi avisado na véspera que tinha uma audiência no Tribunal de Oeiras. O sindicalista defende que não foi notificado para o julgamento. Sem tempo para arranjar um advogado ou testemunhas para abonarem em seu favor, apenas com advogado oficioso, João Serpa foi condenado a prisão por se manifestar pelo direito à sua subsistência e à dos demais trabalhadores.
Caindo no erro de entrar no campo das comparações, mas que por vezes são inevitáveis devido ao actual estado medíocre da justiça portuguesa, esta notícia levou-me a pensar nas "fanfarrónicas" declarações do major Valentim Loureiro ontem à entrada do TIC do Porto para um debate instrutório onde tem que responder ao MP por 15 inquéritos relacionados com o "Apito Dourado". Quando confrontado com tal facto, afirmou com tamanha confiança que iria dar 15-0 nos inquéritos de que é alvo! Das duas uma, ou o major tem a consciência tranquila, o que eu duvido, que lhe permite ter a tal confiança ilimitada em si próprio. Ou então julga que é um intocável, provavelmente baseado na justiça impotente e incompetente que tem prevalecido nestes casos mais mediáticos. Mas no dia anterior, no Tribunal de Gondomar, no arranque do julgamento do processo principal do Apito Dourado, não houve lugar a fanfarronices. O major optou pela estratégia do silêncio... Ah, valentão! Recorde-se que o major e mais 22 arguidos têm 180 acusações de corrupção "às costas" no Tribunal de Gondomar relacionadas com este processo.
Mas para não falar só do major, recordo ainda o recente arquivamento do processo das agressões a Ricardo Bexiga... por falta de provas!
E só para terminar, outro julgamento que tem feito correr muita tinta: Casa Pia! Vai uma aposta em como os "peixe-graúdos" se vão safar... ou por falta de provas ou por prescrição? Das duas uma...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

"Geração roubada"

Entre 1910 e 1970 milhares de crianças aborígenes foram roubadas aos seus familiares para serem educadas segundo as regras e tradições anglo-saxónicas. Foram desenraizadas da sua própria cultura, dos seus hábitos e costumes... Finalmente a Austrália assumiu os erros do passado. Reconheceu os abusos, as injustiças e as violações que praticou durante décadas contra o povo aborígene. Numa cerimónia simbólica, os australianos vão pedir desculpa aos aborígenes. Nunca é tarde para um pedido de desculpas... mas o ser humano teima em nunca aprender a evitá-las!

O Tratado de Bilderberg assinado em Lisboa está finalmente disponível para nós!

Deixo-vos aqui o endereço do calhamaço para consulta popular.

Em nome do betão!

A PJ fez ontem buscas na imobiliária Pelicano, uma empresa do GES (Espart) e na Câmara de Sesimbra. O alvo das buscas é uma permuta de direitos de construção aprovada em 2003 pelo então ministro do Ambiente, nada mais nada menos que Isaltino Morais. A história é simples, à imobiliária Pelicano (empresa de capitais alemães), os tribunais haviam reconhecido o direito de construir 2227 habitações na praia do Meco. Mas depois houve um acordo da parte do Estado, através de Isaltino Morais, com a Pelicano e a Câmara de Sesimbra que consistiu em transferir os direitos de construção do Meco para a mata de Sesimbra onde a Pelicano já possuía 500 hectares. Mas havia um problema para ultrapassar, é que o PDM de Sesimbra limitava fortemente a construção na mata, como seria lógico e natural! Foi então que, e agora entrando nos contornos da negociação do acordo, a Pelicano liderada pelo empresário Mendes Duarte e apoiada financeiramente pela Espart, compraria os terrenos do Meco que depois os ofereceria ao Estado, e assim o Governo conjuntamente com a autarquia de Sesimbra, criaria as condições necessárias para que se pudesse construir em plena mata de Sesimbra...
Pois é, aqui está mais uma história entre muitas outras, de relações de promiscuidade, de corrompimento, de subornos, de ilegalidades, enfim, a corrupção reinante entre o Estado e as empresas privadas. Tudo em nome da construção desenfreada, do betão... Abaixo a mata! in «Público»

Dakar por um canudo...

O Rally Dakar (que de Dakar nada terá), em 2009 passará para o continente sul-americano e chamar-se-á qualquer coisa como isto: rally Buenos Aires-Santiago... É o preço da globalização!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Para Manuel Alegre

Admiro bastante Manuel Alegre. Há dias deu uma entrevista em que deixou uma frase que não é de todo uma revelação surpreendente: «Claro que não me revejo neste PS». Mas já lá vamos... Ontem esteve reunido com um grupo de reflexão onde foi debatido o "actual estado das coisas", onde se fizeram duras críticas ao Governo e à actual direcção socialista. Manuel Alegre avança com uma corrente de opinião no interior do partido, porque julga, e julga bem, que há um «buraco negro» no PS - há déficit de diálogo ou de debate no partido. Eu, para além de achar as suas preocupações bem fundamentadas, admiro a sua (boa) vontade em tentar promover pela via do diálogo, uma «reforma no PS» e de querer «resfrescar a democracia». Mas pergunto eu, será que a actual direcção socialista e o Governo estarão interessados em ouvir os "palpites" de Alegre? Será que ele (Alegre) não estará a perder o seu tempo? E mais, quando uma pessoa declara que não se revê no seu partido, porque é que insiste em ser um "peixinho fora de água" dentro desse mesmo partido? Porque é que insiste em ter "um pé fora e outro dentro" desse partido? Eu compreendo a sua paixão pelo PS, pois Manuel Alegre foi um dos seus fundadores. Compreendo e admiro a sua coragem de não se resignar a aceitar que já não há socialismo no PS, o seu PS! Mas creio que está mais que na hora de Manuel Alegre "saltar para fora" do PS. Está mais que na hora de Alegre fazer oposição a um PS que já não reconhece como filho... e como o PS não o reconhece como pai e o despreza!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Bárbaro e Cruel

(clique na imagem)

No dia de ontem, os australianos mostraram mais uma vez ao mundo a caça indiscriminada e sem-lei que os japoneses fazem às baleias. Os japoneses por seu turno argumentam que a mesma serve unicamente para estudos científicos... A foto mostra-nos uma baleia e a sua cria acabadas de apanhar, a serem içadas para um baleeiro japonês.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O referendo ao tratado europeu foi chumbado...

E então?!... Qual é a novidade? Estava mais que certo que assim seria! Foi chumbado pelos "suspeitos do costume", PS e PSD. Mas no entanto há que realçar que António José Seguro (PS) e mais quatro deputados do PSD juntaram-se ao PCP, Bloco de Esquerda, Os Verdes e CDS que votaram a favor de um referendo. Não querendo entrar pelas divergências ou intimidades do PS e do PSD adentro (mas que é sintomático, é), restrinjo-me apenas à falta de unânimidade e camaradagem dentro desses partidos. Se bem que, o PS e o seu "irmãozito" PSD não são o PCP, em que todos têm de alinhar pelo mesmo diapasão, senão...
Penso eu de que, ainda vivemos numa democracia! Portanto, independentemente do nosso cuori partidário, somos livres de pensar e de fazer uma leitura conscenciosa, honesta e verdadeira do que é melhor para o País, reforçando-a publicamente! Sem receios e tranquilamente à espera (com a moral limpa, desobstruída) que certos hipócritas inflamados cá da praça nos cataloguem de populistas ou de outros nomes, quando se sentem incomodados e nos perseguem... quando nós descobrimos os seus pôdres!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Livro Branco das Relações Laborais

Numa notícia avançada hoje pelo Público em que as associações patronais (CIP e CCP) deram um último "parecer" ao Ministério do Trabalho relativamente ao LBRL, no qual defendem a liberilização dos despedimentos, que permitam despedir pela "desculpa" da renovação dos quadros das empresas e que não se limitem apenas aos despedimentos por «inadaptação» ou por via de «processos disciplinares». Isto tudo salvaguardando "a não redução dos postos de trabalho". É apenas pela renovação... Epá, desculpem: Vão para a puta que vos pariu!
Esta corja de capitalistas ainda não atingiu... e estica a corda até à exaustão! Vai tentando adiar desesperadamente uma lenta agonia que os espera. E o medíocre Vieira da Silva irá ceder à tentação da sugestão?...

Um grito de alma

Muito sinceramente, gostei bastante da entrevista que o General Garcia Leandro deu a Ana Lourenço ontem à noite na SIC Notícias. Consegui sentir naturalidade, neutralidade e genuinidade no seu discurso, acerca do estado a que este país chegou. Fê-lo saber (como se nós não o soubéssemos) que a indignação é geral. Mas de certa forma comoveu-me! Reforços de consciência como este, ou como os de Marinho Pinto, são sempre bem vindos. Dão força anímica. Precisamos é de gente assim!... Mas, mais do que palavras (porque essas, leva-as o vento), necessitamos sobretudo de acções. E urgentemente!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O "Injustiças"

(a imagem é do KAOS)
Eu creio que este senhor tem andado a "passar de fininho" para a opinião pública e para os meios de comunicação social em geral. Ultimamente, temos andado entretidos com as saídas do Governo de Correia de Campos e a Pires de Lima, com as bombásticas declarações de Marinho Pinto e ainda agora, com os "300 despachos do Telmo". Mas este ministro da Justiça já merece levar umas cacetadas valentes por aquilo que (não) tem feito no seu Ministério. Ao longo do seu mandato (de mera figura decorativa) têm vindo a crescer casos de corrupção na esfera política como nunca se tinham visto ou então não eram do domínio público, e aqui, nós agradecemos ao jornalismo de investigação! Existem ainda outros casos, que devido à impassividade deste ministro, devido ao facto de não ter "tomates" para dar um murro na mesa e abrir guerra à corrupção doa a quem doer, vão prescrevendo... Foi preciso Marinho Pinto "pôr o dedo na ferida", para que Alberto Costa acordasse lá do limbo onde se encontra e viesse declarar que irá haver uma reforma na política da Justiça... Só agora? À distância de um ano para as eleições, sr. ministro? Ora, vá-se "reformar"!... Digam lá se este sujeito não merecia ter levado um grande chuto no cu do Sócrates, na recente remodelação do Governo?

Um tiro no pé...

... deu Alípio Ribeiro no programa «Diga lá Excelência» ao declarar que talvez tenha havido "uma precipitação" ao constituir os McCann arguidos no caso Maddie. Sabendo nós como funcionam os media ingleses, o rendimento que dão no aproveitamento deste tipo de declarações, não será de estranhar a enxurrada de pressões que vêm aí para que a situação se altere de forma inversa, a favor dos McCann. Perante a comunicação social e a opinião pública inglesas, mais uma vez a PJ sai descredibilizada com estas afirmações do director nacional da PJ, que só serviram para atrapalhar e atrasar ainda mais os inquéritos e as investigações. Talvez até, tenham ficado irremediavelmente comprometidos. Se os ingleses já eram desconfiados e bastante cépticos em relação à actuação da nossa polícia, a partir destas declarações de Alípio Ribeiro, menos condescendentes e mais implacáveis irão sê-lo. E os "ratos" McCann lá se vão escapando por entre as mãos dos investigadores portugueses, à custa de "confidências" infelizes como estas, e, claro está, ainda à custa do fundo monetário que detêm, que lhes dá imenso jeito para "comprarem" cidadãos que juram a pés juntos que viram a Maddie... nem que seja em Bagdad!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

De bandeja!

Então o bom do Telmo Correia (ministro do Turismo no Governo de Santana Lopes) ofereceu «de bandeja» à Estoril-Sol o edifício onde hoje funciona o Casino de Lisboa, mesmo após o final da concessão do jogo. Ou seja, quando a Estoril-Sol terminar o contrato de exploração do Casino de Lisboa fica proprietária do imóvel, porque o Telmo deve ter uma veia caridosa e despachou a situação com um simples: "Tomei conhecimento". Das duas uma, ou o homem não tinha noção do que é que estava a assinar e era (e foi) o granel no Governo do Santana, cada ministro fazia o que queria! Ou então...
Mas está tudo no Expresso. Chamadas telefónicas interceptadas entre Abel Pinheiro (acusado de um crime de tráfico de influências) e Mário Assis Ferreira (este pedindo um favor ao primeiro), pressões sobre o ex-PR Jorge Sampaio para que se mudasse a Lei do Jogo, escutas de conversas entre Nobre Guedes e Paulo Portas sobre este tema. Enfim, uma panóplia de «jogos de interesses» que entretinham alguns ministros (do CDS) na altura.
Resta agora saber se o imóvel da Praça das Nações volta para mãos públicas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

E por falar em ONG´s

Em certos estados que se intitulam democráticos, incluindo o nosso (ainda agora estalou a polémica dos vôos da CIA, e este é só um exemplo), não entendo qual é o conceito que esses mesmos estados têm da palavra «Democracia»? Será que orientam as suas democracias a partir [ daqui ] ? Ou para os estados ditos democratas a «Democracia» significa tão somente «aliados estratégicos» e «parcerias económicas»?...

EUA e União Europeia aceitam que autocratas passem por democratas

01.02.2008, Francisca Gorjão Henriques

«Interesses comerciais levam países ocidentais e democracias influentes a fechar os olhosa abusos em regimes musculados, acusa organização com sede em Nova Iorque. Eleições não são sinónimo de democracia, e aceitar o contrário significa desvalorizar o respeito pelos direitos humanos. Mas é isso que vários países ocidentais estão a fazer, diz o relatório anual da Human Rights Watch (HRW), publicado ontem. "Ao permitir a autocratas apresentarem--se como democratas, sem lhes exigir respeito dos direitos cívicos e políticos que dão sentido à democracia, Estados Unidos, União Europeia e outras democracias influentes arriscam-se a minar os direitos humanos em todo o mundo", diz a HRW.Interesses económicos, comerciais, ou de segurança têm levado vários países a aceitar "um simulacro de democracia" em países como o Paquistão, o Quénia ou a Rússia. "Hoje, a democracia tornou-se na condição sine qua non da legitimidade", escreve Kenneth Roth, autor do relatório. "Até os ditadores aspiram ao estatuto do rótulo democrático."Um exemplo de líder autoritário que "usa jogos de palavras e a retórica" para defender que "as restrições à democracia são necessárias para a salvar" é o Presidente paquistanês, Pervez Musharraf. Foi assim que impôs o estado de emergência para impedir que os juízes do Supremo Tribunal considerassem a sua eleição ilegal. Musharraf afirmou que a medida de excepção era necessária para ter resultados na luta contra os extremistas islâmicos; pelo caminho, destruiu um sistema judicial independente. "EUA e Reino Unido, os seus maiores fornecedores de ajuda, recusaram-se a condicionar o auxílio à melhoria das condições pré-eleitorais".A organização de direitos humanos, com sede em Nova Iorque, documentou vários tipos de manipulação de eleições: fraude (Chade, Jordânia, Cazaquistão, Nigéria, Uzbequistão); controlo do aparelho eleitoral (Azerbaijão, Malásia, Tailândia, Zimbabwe); bloqueio ou desencorajamento de candidatos da oposição (Bielorrúsia, Cuba, Egipto, Irão, Israel e territórios palestinianos, Líbia, Uganda); violência política (Camboja, República Democrática do Congo, Etiópia, Líbano); abafamento dos media e da sociedade civil (Rússia, Tunísia); e comprometendo o Estado de direito (China, Paquistão). "Muitas destas tácticas são ilegais, mas raramente as potências chamam os governos a responder por elas". Porquê? Por medo de "perder o acesso a recursos ou oportunidades comerciais, ou por causa do que consideram requisitos para combater o terrorismo". E adianta: "Parece que Washington e os Governos europeus aceitam a eleição mais duvidosa desde que o "vencedor" seja um aliado estratégico ou comercial".»
(fonte: jornal Público)