Destaco uma entrevista que li hoje no jornal Público, que aborda um problema, que penso que o Governo já percebeu que existe, também já deve ter percebido que o problema está em pleno crescimento e em plena expansão, mas que continua a atribuir pouca importância não dando relevância ao "fenómeno"!... Existem graves lacunas, para não dizer demissões de responsabilidades!
Transcrevo de seguida o texto, deixando-o à apreciação de todos:
"Há mais jovens a praticar crimes violentos em Portugal"
(05.09.2007, Paula Torres de Carvalho)
"Há cada vez mais jovens ligados à prática da criminalidade violenta em Portugal. São, na maioria, oriundos de zonas suburbanas, desenraizados, muitos deles já com antecedentes criminais. Esta é uma das tendências a ter em conta para uma nova caracterização da criminalidade, considera o criminologista e professor de Psicologia da Universidade do Minho Rui Abrunhosa.
No estudo das novas formas de delinquência praticada em Portugal, Abrunhosa refere o aumento dos assaltos a bancos e a bombas de gasolina por parte de bandos aparentemente associados ao crime organizado. E salienta o fenómeno de cada vez maior visibilidade da actividade criminosa por parte de seguranças de discotecas, grande parte com cadastro e mesmo com passagem pelas prisões e quase todos com armas na sua posse. Em muitos casos, estão envolvidos em actividades ligadas ao tráfico de droga desenvolvidas paralelamente à diversão nocturna. Carlos Poiares, advogado e professor de Psicologia da Universidade Lusófona, em Lisboa, salienta a incidência "relativamente baixa" da criminalidade em Portugal, a par da "elevada severidade punitiva" das medidas de coacção aplicadas, referindo-se particularmente à prisão preventiva.
Carlos Poiares chama também a atenção para a importância da mediatização na abordagem do problema que, frequentemente, leva a que a sua dimensão aparente ser maior do que a que realmente é.
O que existe em Portugal é uma "pequena e média criminalidade persistente e recorrente", as chamadas "bagatelas criminais" ou "criminalidade de pátio", afirma, salientando o crescente número de casos de crimes associados aos acidentes de viação "regra geral negligentes", bem como os de negligência parental e de violência familiar.
Poiares refere outras "novas formas de criminalidade" praticadas em Portugal, como a "transfronteiriça das drogas associada às máfias, a prostituição e o tráfico de seres humanos que envolve grande número de estrangeiros colocados no mercado de trabalho. A actividade criminosa desenvolvida em Portugal caracteriza-se ainda por ser dirigida, sobretudo, contra o património, mais do que contra as pessoas. "Não somos um país em que seja preciso colocar sentinelas nas esquinas", considera Carlos Poiares."
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