segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Bronca!

Provavelmente o jornal Público baseado em três sondagens à boca das urnas na Venezuela e querendo antecipar-se aos demais diários, cometeu esta gaffe na manchete de hoje: "Venezuela diz "sim" à proposta de Chávez...". Contrariamente à manchete do Público, o povo venezuelano disse "NÃO" ao ditador Chávez... No Público on line já está feita a correcção. Mas não deixa de ser no minímo uma... Bronca!

6 comentários:

Fliscorno disse...

Achei este assunto deveras esclarecedor. Era para postar sobre isto mas o tempo escasseia sempre. No meu entender, o Público mentiu aos leitores! Construiu uma notícia com o que achava que viria a acontecer e, não fossem as voltas trocadas, nunca saberíamos que foi relatada uma suposição em vez dum facto.

Como poderemos acreditar nas notícias do Público daqui para diante?

(Como se a desconfiança não existisse já...)


Para mim, o Público começou a morrer quando decidiu acabar com os excelentes suplementos Computadores e Economia das segundas-feiras. Eram boas compensações para ter terminado o fim de semana.

Watchdog disse...

Raposa:

Começando pelo fim: Creio que o Público ainda mantém o suplemento de Economia (às Sextas) e tem o Digital (ao Sábado).
Voltando ao principio do teu comentário: eles (Público), quiseram armar-se em chicos-espertos ao anteciparem-se... deram-se mal!
Curioso é o Editorial de hoje do JMF... um atabalhoado pedido de desculpas evocando Alberto Dines (um conceituado jornalista brasileiro), sob o título: "O dia em que os mancheteiros quebraram a cara." Eu aplico outra expressão very brazilian: (o Público)"se ferrou!"
Mas eu continuo a comprar este jornal diáriamente. Nomeadamente devido ao P2 que foi uma mais-valia introduzida desde que o jornal mudou a imagem e claro, pela arte e pela cultura difundidas no jornal, também por certos artigos de opinião, pelo Fugas e pelo incontornável IP. Continua a ser (ainda) aquele jornal de referência. Gosto especialmente do Público à sexta-feira.

1 Abraço!

Fliscorno disse...

É verdade, esses suplementos existem de facto. Mas numa versão light-papel-chouché-com-texos-curtos-que-a-malta-não-está-para-ler.
O Fugas e o IP são realmente muito bons. Mas é a parte de jornalismo político que me desaponta.

Watchdog disse...

Raposa:
Ambos sabemos a quem o Público pertence, quais as suas tendências.
Existem coisas boas e coisas más no jornal, cabe-nos a nós escolher entre a variedade, a panóplia. O que não presta é como a Chiclete: "mastiga e deita fora!"

1 Abraço e + uma vez Parabéns pelos 3 anos do Fliscorno!

Watchdog disse...

Raposa, ainda sobre o tipo de papel utilizado nos suplementos:

http://thewatchdog-blog.blogspot.com/2007/10/maldita-publicidade.html

Acho que está respondido.

1 Abraço!

Fliscorno disse...

Tens razão sobre a escolha entre a variedade.

Sobre o papel couchê, lembro-me realmente de há uns tempos ler qualquer coisa sobre ser um requisito para certos tipos de publicidade. Sem receber a minha concordância, mesmo assim compreendo a necessidade.

Mas comparando esses antigos suplementos Computadores e Economia que saiam às segundas e esse mix que os veio substituir torna-se notório que não foi só a forma que mudou. O conteúdo, a razão de compra dum jornal, afinal de contas, mudou radicalmente. Em vez de excelentes textos que ocupavam por vezes duas páginas do jornal, passámos a ter uma coluna com as banalidades da moda: essas notícias light sobre os últimos gadget e sobre os rumores da Apple e da Microsoft e que fazem parte dos packages pré-embalados pelas agências noticiosas e agências de comunicação.

Foi uma mudança que também coincidiu com a polémica mudança da equipa editorial. O jornal ficou diferente, passei a achá-lo menos interessante. É por isso que afirmo que foi então que, para mim, o jornal começou a morrer. Não é que já não lhe ache interesse mas é muito mais sectorial.

Recentemente, esta mentira da manchete (insisto nesta adjectivação pois noticiar como tendo acontecido algo que se pensava que viesse a acontecer é enganar o leitor) e o editorial Público sobre as habituais manobras de spin político (link no Jumento: O novo aeroporto e os aprendizes da contra-informação)foram apenas mais dois toques de descredibilização do nosso jornalismo.

Bom já me alarguei demais no teu espaço :-) Agradecimentos renovados quanto ao Fliscorno.

Abraço.